Pobre Cristina, se soubesse o que realmente aconteceu, nunca mais iria desejar o seu marido. Logo após a primeira relação de amor entre o casal, na noite de núpcias, Augusto droga a sua esposa e a deita suavemente na cama, ajeitando a cabeça de sua amada sobre o travesseiro. Depois disso, escorre sua mão carinhosamente sobre o rosto de sua mulher, admirando sua beleza. O médico gosta do que sente, o amor que ele tem por ela é verdadeiro, mas no momento, o amor e o ódio dentro de Augusto se misturam.
De repente, um tremor se apodera de suas mãos, seu olhar fita o pescoço de Cristina, uma sensação de morte toma conta da alma do doutor. Desta vez ele observa a sua esposa como se fosse mais uma vítima. Na inocência Cristina dorme profundamente, se morresse ali, naquele instante, nem saberia o que aconteceu. Temendo por suas atitudes, o médico se retira do quarto o mais rápido possível, o amor salvou Cristina naquele ínterim e ela nunca saberia disso. Enquanto isso, Augusto já se encontra nas ruas à procura de mais uma pessoa para saciar seu ímpeto assassino.
Ele procura uma caça feito um predador, sua sede de sangue é incontrolável e não demora em eleger sua vítima. O médico avista uma moça passeando com o seu cãozinho, a pobre coitada nem imagina o perigo que à espreita. No momento certo, ele a ataca em uma fúria inimaginável, saca de uma faca e a enfia em seu abdômen, rasgando-o de cima até embaixo, uma, duas, três vezes, com isso as vísceras chegam a pular para fora do corpo, a cena é terrível, a psicopatia de Augusto não tem limites.
Passado o massacre, o médico olha para o cãozinho que permaneceu por perto, sempre fiel à sua dona, que agora já não existe mais. Ele pega o bichano no colo, o acaricia e o coloca perto do cadáver, depois vai embora e retorna para onde está hospedado junto à sua esposa. Chegando lá, toma uma ducha e vai para cama ao lado de Cristina, dá um beijo em sua testa e adormece como se tudo isso fosse apenas um pesadelo.
De volta ao quarto do casal pela manhã, logo após se amarem loucamente, Cristina e Augusto tomam uma ducha refrescante. Ela sai um pouco antes do chuveiro com uma pequena dor de cabeça. Quando seu marido sai da ducha, ela comenta sobre a sua dor, depois toma um medicamento e se encaminha para a sala para ligar a TV. Não demorou muito e o noticiário informou sobre a morte de uma mulher. Cristina comentou com seu marido:
- Pobre mulher querido! Ela foi mutilada! - Comentou Cristina de maneira emocionada.
- Pobre mesmo amor, respondeu Augusto sinicamente!
Aliás, essa é a única má notícia que Cristina ouviria na sua lua de mel, tudo correu maravilhosamente bem e Augusto era o marido perfeito. Os dias passam e o casal teria que voltar à realidade. Chegando à cidade, retomam à rotina, e Augusto retorna com força total, confirmando ser um grande profissional, sendo respeitado por todos, e deste modo não tarda em se tornar médico-chefe.
No entanto, nem tudo é perfeito, e ela percebe que o seu marido já não é mais o mesmo da lua de mel. O carinhoso e atencioso Augusto já não existe mais, se transformando em um marido frio e distante e às vezes até mesmo grosseiro.
No dia da promoção de Augusto, houve uma pequena cerimônia no hospital, Cristina não cabia em si de felicidade, entretanto, o médico praticamente não lhe deu a mínima. Cada vez mais ela fechava os olhos para o que estava acontecendo, o medo de repetir a mesma vida de seus pais, com brigas e discussões, a impedia de tomar uma atitude.
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